quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Resenhando: A práxis pedagógica presente e futura e os conceitos de verdade e realidade frente às crises do conhecimento científico no século XX.

BONILLA, Maria Helena. A práxis pedagógica presente e futura e os conceitos de verdade e realidade frente às crises do conhecimento científico no século XX. In: PRETTO, Nelson De Luca. Tecnologias e novas educações. Salvador: EDUFBA, 2005. p. 70-81

A autora inicia o texto comentando sobre as variadas transformações ocorridas atualmente na sociedade, e de como tais mudanças influenciam o ambiente escolar. Essas transformações são complexas e sobrevêm em ritmo acelerado. A escola é constantemente influenciada pela sociedade, mas também pode difundir suas concepções através da ressignificação de pontos de vista já existentes. Bonilla afirma que “a abertura à ressignificação cria possibilidades para que as transformações do sistema educacional emerjam de dentro dele próprio, fortemente articuladas ao conjunto de transformações sociais mais amplo, uma vez que implicam as concepções, os valores e as práticas de cada sujeito do processo pedagógico.” (2005). Deste modo, a ressignificação é apresentada como uma possibilidade de mudança do sistema educacional.

Bonilla faz também um breve passeio pelas sociedades Medieval, Moderna e Contemporânea, buscando mostrar e comparar as diferentes visões de mundo com relação à ideia de ordem. A cosmovisão Moderna ainda está presente na atualidade. Nesta sociedade, “o saber assume um caráter eminentemente instrumental, ou seja, passa a ser um instrumento com o qual o homem manipula as coisas e estabelece o seu domínio sobre esse real. [...] O apoio não mais se encontra na religião e na filosofia e sim na ciência e na tecnologia”. Outra cosmovisão que se destaca no texto é a Contemporânea, a qual não é fundamentada na ideia de uma verdade absoluta e imutável, e sim em acontecimentos que ao longo da história vão sofrendo modificações, dando “a eles um caráter instável e provisório”.

Por último, a autora comenta sobre a práxis pedagógica. A escola permanece fechada na cosmovisão Moderna, “fechada à exterioridade”. Os processos pedagógicos insistem em construir um modelo único, desprezando as diferenças. “A noção de ordem da escola atual tem como base o princípio da formação científica, a existência de um conhecimento ‘verdadeiro’ que deve ser transmitido ao aluno, sendo o professor o detentor e controlador dessa verdade”. É preciso que haja mudanças tanto no ambiente escolar, quanto em outros contextos da sociedade. Maria Bonilla apresenta a tecnologia como proposta de transformação na escola. Porém, as tecnologias precisam “ser vistas como possibilidade de criação, de pesquisa, de cultura, de re-invenção”. As tecnologias quando presentes no âmbito escolar são mal conduzidas, por conta da má formação dos professores e monitores, ou simplesmente os alunos não tem acesso a elas. Em uma época em que o uso das tecnologias torna-se algo comum, faz-se necessário que a escola esteja preparada para lidar com essas novidades e que, por conseguinte, prepare os seus alunos para o uso consciente das diversas aparelhagens tecnológicas.